Chefchaouen, uma charmosa cidade azul dentre o marrom de Marrocos
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Chefchaouen, uma charmosa cidade azul dentre o marrom de Marrocos

Passamos um dia na cidade de Chefchaouen. Um destino muito charmoso e diferente das demais cidades marroquinas em que passamos.

Fui pesquisar um pouco sobre a cidade de características tão peculiares e encontrei muitas informações interessantes.

A cidade foi fundada em 1471 por Moulay Ali ibn Rachid, como uma pequena fortaleza para repelir os ataques dos invasores portugueses no norte do Marrocos. Foi nessa época, com a retomada espanhola, que a cidade começou a ganhar os contornos que a fazem tão peculiar hoje em dia.

O nome Chefchaouen vem de “chauen”, que é espanhol para chifres. Se refere ao formato das duas montanhas com vista para a cidade. Mas não é o seu nome estranho, nem o artesanato original dos artistas locais, que atrai a maioria dos turistas. São as casas pintadas de azul espalhadas pela montanha, uma tradição herdada dos antigos moradores judeus.

O caminho para chegar na cidade também é uma atração à parte. Rodeada por altas montanhas, a cidade também fica próxima a muitas oliveiras; é possível sentir o aroma das olivas pela estrada.

A cidade ainda é dividida em bairros, cada um com quatro mesquitas, quatro hammams e quatro medersas (escolas). A praça Uta el-Hammam é a praça principal da cidade, onde se concentram pequenos cafés e restaurantes, com salas lotadas de gente fumando haxixe no andar de cima, embora oficialmente seja ilegal.

Na medina, ficam os imponentes muros da Casbá e a Grande Mesquita. Dentro da fortaleza da Casbá, construída em 1672, há um maravilhoso jardim com palmeiras, figueiras e flores, e um pequeno museu com fotos antigas, instrumentos musicais e artefatos.

No lado sudeste da cidade há um mesquita espanhola aberta a não-muçulmanos. De lá sai um caminho que sobe as montanhas passando por pequenas fazendas de haxixe e com vistas espetaculares da cidade.

Ficamos curiosos para entender porque a maioria das casas eram pintadas de azul. Ao perguntarmos para a dona da pousada que estávamos hospedados, ela respondeu que era por causa do sol que batia muito forte sobre a cidade, deixando as pessoas agitadas. Por isso pintam de azul para trazer mais calma e tranquilidade.

Mas quando fui pesquisar, descobri que a história é um pouco diferente. Após a reconquista espanhola, a pequena vila de Chefchaouen tornou-se um dos maiores locais de refúgio para mouros e judeus. Na Bíblia, os israelitas recebiam ordens para tingir um dos fios de seu talit (xale de oração) de azul, com tekhelel, que era uma velha tintura natural, processada a partir de uma espécie de marisco.

Com o tempo, sua produção entrou em colapso e o povo judeu eventualmente se esqueceu de como fabricá-la. Os corantes azuis, derivados de caracóis e mariscos tingiam as vestes dos reis do Antigo Testamento. Em homenagem ao mandamento sagrado, mantinham a cor azul entrelaçada ao tecido de seus talits.

Ao olhar a cor azul, relacionavam-na com o céu e, acima de tudo, com Deus. Assim, os judeus começaram a pintar suas casas de azul, para preservar essa antiga tradição. Logo, a cor tornou-se uma referência sagrada para a cultura religiosa.

Referências:

http://hypescience.com/conheca-chefchaouen-a-cidade-azul-do-marrocos/

http://fezmedieval.blogspot.com/p/chefchaouen-ou-chaouen-e-uma-cidade.html

http://viewtravel.com.br/a-cidade-azul-marrocos/

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