Quanto mais viajamos, mais difícil é encontrar algo verdadeiramente surpreendente. São tantos os lugares que já passamos e tantas as coisas que vimos, que não tem como nosso padrão não ficar mais elevado.
Quanto mais viajamos, mais difícil é encontrar algo verdadeiramente surpreendente. São tantos os lugares que já passamos e tantas as coisas que vimos, que não tem como nosso padrão não ficar mais elevado.
É indiscutível que as ilhas na Tailândia são lugares paradisíacos, mas o aumento do turismo e a exploração destes lugares tem trazido graves problemas ao meio ambiente, ameaçando também a biodiversidade local.
É impressionante como alguns tipos de turistas acham que o mar é tão grande que um saquinho plástico ali ou uma garrafinha lá não vai gerar nenhum problema. Duvido que na casa deste turista, ele sairia largando as coisas assim para cada lado (talvez, sim). Em muitas praias que passamos, apesar do mar transparente e azul turquesa, vimos lixo espalhado pela areia e até no meio do mar.
Fazendo snorkeling em uma ilha próxima à Koh Tao, tomei um susto ao ver algo se mexendo que parecia ser uma grande água viva. Estava perto de um coral, mas como se mexia de forma esquisita, tentei chegar um pouco mais perto, quando percebi que, na verdade, se tratava de uma sacola plástica jogada no mar. Estávamos em um local isolado, com pouquíssimas pessoas ao redor, mas na rota dos barcos para o passeio de snorkeling, ou seja, um lugar bastante movimentado pelo turismo.
Mas não pense que o problema está somente nos estrangeiros que visitam o país. Nos passeios de barco que fizemos, os barqueiros chegavam bem pertinho dos corais para facilitar o snorkeling na área e jogavam a âncora do barco sem se preocupar com o que tinha embaixo (muitas vezes, corais). Poderiam ter um pouco mais de cuidado para não acabar com a beleza do lugar que eles mesmos tiram seu sustento. Falta conscientização de todos os lados, infelizmente.
A única iniciativa bacana que vi foi em Koh Tao, pois chegamos bem no dia em que estava ocorrendo um Festival para conscientização e captação de recursos em prol do meio ambiente. A ONG “Save Koh Tao” organizou um show com artistas da região e convidou os moradores locais para venderem comidas típicas em pequenas barraquinhas.
Além disso, organizaram uma pequena exposição trazendo animais marinhos feitos de objetos reciclados junto com cartazes que continham informações sobre os danos ao meio ambiente que o homem vem causando. Foi bacana, pois o lugar estava lotado e, mesmo em clima de festa, é uma boa forma de chamar a atenção para o problema.
Algumas cidades como Krabi, no sul do país, organizam grandes mutirões de limpeza nas praias de vez em quando. Mas o grande problema é que são apenas ações pontuais, que ocorrem em determinado momento, enquanto a raiz do problema está na mudança de comportamento. Já passou da hora do povo acordar e perceber que certas atitudes não são mais aceitáveis no mundo em vivemos.
Há tantos lugares incríveis para visitar na Tailândia, que se quisermos continuar visitando esses lugares, a mudança de comportamento deve ser inevitável.
Ilhas no Golfo da Tailândia
Nosso roteiro pelas ilhas tailandesas começou em Koh Tao, situada no Golfo da Tailândia. Lá, a atração principal está debaixo d’agua, pois é uma região muito popular para mergulho e snorkeling. Tem muitas agências especializadas em mergulho. Vale a pena fazer passeio de barco, que para em 5 praias ao redor da ilha. Mesmo com o tempo nublado, foi muito legal fazer snorkeling e ver um cardume passando tão pertinho da gente.
Bem próximo a Koh Tao, tem a pequena ilha de Nang Yuan, um lugar lindíssimo com uma pequena faixa de areia dividindo as praias. É possível fazer uma pequena trilha subindo escadas e rochas para chegar ao “view point” e ter uma vista de cair o queixo!
Nossa segunda parada foi Ko Pha Nghan, na província de Suratthani. É uma ilha conhecida pela Festa da Lua Cheia (Full Moon Party) que atrai turistas de todas as partes do mundo. Como não era época desta famosa festa, a ilha estava tranquila. Nós optamos por ficar em uma praia mais afastada do centro e foi uma delícia para relaxar.
A praia que ficamos chama-se Salad Beach. Era bonita, mas a maré estava muito baixa e não dava para nadar. Durante a baixa temporada, é possível encontrar ótimas promoções de hotéis na beira do mar, com piscina e café da manhã, por menos de US$ 30 a diária. Mas na semana da Festa da Lua Cheia, os preços sobem por toda a ilha.
Bem perto de Ko Pha Ngan, fica a ilha de Ko Samui, a maior ilha da região, que conta inclusive com um aeroporto. Ficamos em um hotel na praia de Mae Nam e foi uma ótima escolha; a praia é tranquila, tem bastante opções de cafés e restaurantes, além de ser ótima para nadar. De lá, pegamos um passeio de barco até o arquipélago de Ang Thong.
O chamado "Ang Thong National Marine Park" é uma área protegida que compreende 42 ilhas. Na pequena ilha de Mae Koh, fomos ao lago "Talay Nai" ou "Emerald Green Lagoon", um lugar incrível, onde o verde da água chega a brilhar mesmo sem ter o sol batendo forte. Depois foi hora de perder o fôlego em uma escalada pelas rochas para chegar na parte mais alta da ilha de "Wua Ta Lap". O percurso não foi fácil, principalmente porque estávamos de chinelo, mas a vista lá em cima, com certeza, compensou o esforço.
Ilhas no mar Andaman
Passamos 2 dias na ilha de Koh Lanta, no sul da Tailândia. Mas vou confessar que não foi a melhor escolha, pois não vimos praias tão incríveis como em outros locais. É gostoso para relaxar e aproveitar a tranquilidade, especialmente durante a baixa temporada. Por outro lado, tinha muita coisa fechada, principalmente padarias e restaurantes. O lado positivo é que hotéis de frente para o mar e com piscina chegam a custar cerca de US$ 15,00 a diária. Entre os prós e contras, valeu a pena, mas para quem tem poucos dias de viagem, talvez não seja tão essencial.
Já Koh Phi Phi é o paraíso da Tailândia escolhido por Hollywwod; a ilha foi o cenário escolhido para o filme “A Praia”, com Leonardo di Caprio, e desde então passou a despertar o interesse de milhões de pessoas, e hoje é um destino bastante procurado.
Maya beach é a praia em que foram gravadas as principais cenas do filme. Vou confessar que é um lugar de cair o queixo, lindissímo. Tivemos uma tremenda sorte de chegar lá em um momento que não tinha tantas pessoas ao redor, o que é difícil porque essa praia virou uma das principais atrações do lugar. De Phi Phi, é preciso pegar um barquinho para chegar na Maya Beach, porque a praia fica em uma baía escondida entre as rochas.
Próximo à ilha de Phi Phi, tem outros lugares paradisíacos que valem a visita; é muito fácil encontrar passeios para estas ilhas. Adoramos a Bamboo Island, que tinha um mar azul e transparente; a Mosquito Island foi excelente para snorkeling; e nadar em uma lagoa próximo à Maya Beach foi um excelente surpresa. Literalmente! Fomos surpreendidos quando estávamos nadando na lagoa, quando, do nada, apareceram 2 caras em um caiaque distribuindo cerveja para galera. Detalhe, cerveja geladinha!
O curioso é que Phi Phi tem dois públicos diferentes: aqueles que curtem o dia explorando a ilha, fazendo trilhas e caminhadas, e aqueles que curtem a noite, que ferve de baladas valendo até shows de pirofagia e free shots. O detalhe é que, para ganhar o free shot as mulheres tem que mostrar os seios e os homens tirar a roupa. É, vimos muita doidera caminhando a noite pela praia das baladas, mas também vimos muita gente passando mal e sendo carregada.
Mas, como pertencemos ao primeiro tipo de público, que curte o dia, preferimos explorar a região e encontrar as praias mais afastadas e os melhores lugares para admirar essa paisagem tão deslumbrante!
Toda essa região foi afetada pelo tsumani em 2004 e, por isso, atualmente foram criadas torres de observação para evitar catásfrofes; é comum encontrar placas indicando a rota de evacuação no caso de outro tsunami.
Koh Phi Phi foi bastante destruída pelo Tsunami em 2004. As árvores que sobreviveram ao tsunami foram marcadas com lenços coloridos; é possível vê-las por toda a ilha. Foi aqui que gravaram algumas cenas do filme “Impossível”, que conta a história de uma família que sobreviveu à catástrofe.
Porém, após o Tsunami, houve um aumento expressivo de investimentos na ilha, expensão da estrutura hoteleira e desenvolvimento do comércio, que hoje faz de Koh Phi Phi um dos destinos mais procurados na Tailândia.
Como se deslocar para e entre as ilhas?
É muito fácil o deslocamento na Tailândia, pois há várias companias de ônibus, ferry e avião.
As ilhas do Golfo da Tailândia ficam mais perto de Bangkok e podem ser um bom início de roteiro. Em Bangkok, é possível fechar o pacote para chegar direto em qualquer uma das ilhas de Koh Tao, Phangan ou Samui, que inclui ônibus e ferry. Os preços variam em cada agência e é bom dar uma pesquisada antes de fechar. Na região da Kaosan Road, é onde você encontra passeio e transportes para qualquer lugar da Tailândia.
O deslocamento entre as ilhas é bem simples, pois são várias as opções de balsas (ferries) e horários. Em baixa temporada, dá para comprar o ticket na hora. Para se deslocar das ilhas do Golfo da Tailândia para as ilhas no mar Andamam, é preciso de 2 balsas e 1 ou 2 ônibus. As agências já vendem o pacote pronto, com todos os meios de trasnporte inclusos. É cansativo, mas vale a pena.
Avião também pode ser uma ótima ideia, pois os preços são ótimos dependendo do trecho. Nós pegamos um voo de Krabi, que fica ao sul do país, para Bangkok, por 30 dólares, incluindo as taxas. Utilizamos a NOK Airlines e foi excelente, mas o trecho é também operado pela Bangkok Airways, AirAsia e Thai Smilles.
A natureza criou esses lugares incríveis e paradisíacos sem pedir nada em troca, e tem gente que não se dá ao trabalho nem de respeitá-los. Ninguem sai destruindo ou jogando lixo na casa de seus amigos, mas já nas praias, sei lá o que essas pessoas pensam. Só digo uma coisa, eu não quero estar perto quando a natureza ficar enfurecida de novo!
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Vou confessar que antes desta viagem de volta ao mundo, o Vietnã nunca esteve no topo da minha listinha de países para conhecer, mas depois de visitá-lo, ele acabou de entrar para o topo da minha lista de países que quero voltar.
A melhor forma de explorar o Japão é andando de trem, além de ser divertido experimentar o passeio de trem bala, é extremamente pontual e super confortável. Só um problema: é caro para o nosso padrão brasileiro.
Ambos considerados territórios autônomos pertencentes à China, Hong Kong foi colônia britânica até 1997 e Macau pertenceu aos portugueses até 1999. Hoje, cada um destes territórios possui seu próprio sistema legal, moeda, alfândega, direitos de negociação de tratados e leis de imigração próprias. São dois territórios com alto PIB que representam uma ponte econômica conectando a China com o mercado internacional. A colonização de origem europeia não só colaborou com o desenvolvimento destes locais, como também abriu as portas para o relacionamento comercial com o ocidente. Atualmente, os dois países são gigantes do ponto de vista econômico e atraem milhares de visitantes, empreendedores, executivos e apostadores.
Hong Kong é uma movimentada e agitada metrópole. É interessante por ser um lugar em que suas principais atrações estão relacionadas à própria cidade. Não tem como visitar Hong Kong sem escolher um bom lugar para admirar seus grandes edifícios. Além disso, a arquitetura ousada e moderna chama a atenção para uma vista fascinante desta metrópole, seja de dia ou de noite.
Todos os dias, às 20hs, é apresentado um show de luzes cujos personagens principais são os prédios das suas ilhas. Já tinha visto show de águas dançantes iluminadas, mas prédios dançantes foi a primeira vez. As apresentações são organizadas pelo Ministério do Turismo e participam os principais prédios das ilhas de Hong Kong e Kowloon.
O chamado The Peak é a montanha mais alta da ilha de Hong Kong e oferece a melhor vista de toda a cidade. Para fugir do calor e da alta umidade, era o lugar preferido da burguesia e alta sociedade no século XIX. Na época, era uma área residencial onde moravam vários oficiais do governo e, também, onde se situava o hotel mais luxuoso da época.
Para chegar até lá, pegamos o famoso e tradicional The Peak Tram (bondinho), aberto ao público em 1888. Naquela época, era um meio de transporte revolucionário e até hoje impressiona pela sua força na subida íngreme do percurso até o alto da montanha. Além da vista incrível, o “The Peak” tem várias opções de restaurantes, shopping e pequenas trilhas pela montanha para explorar ainda mais o lugar.
Com uma população de 7 milhões de habitantes e uma área de 1.054 km², Hong Kong é também uma das áreas mais povoadas do mundo. A cidade foi crescendo de forma vertical para atender a demanda. E, por incrível que pareça, mobilidade urbana não é um problema. É possível encontrar ônibus pequenos, médios e grandes, trens, metrôs, bondes e balsas. Mesmo sendo intensamente usados, em 12 milhões de jornadas por dia, eles são muito bem conservados e limpos.
O hábito de andar a pé é alvo de planejamento e incentivo. Para fugir do calor, há passarelas com ar-condicionado. A maior escada rolante a céu aberto do mundo fica em Hong Kong, no bairro Soho. Além disso, vimos campanhas de conscientização organizadas pelo Ministério de Transportes, orientando as pessoas a atravessarem na faixa de pedestres e respeitarem a sinalização, mediante a aplicação de multa caso não seja cumprido.
Andar de bondinho, atravessar as ilhas de balsa ou ferry e pegar o metrô faz parte da experiência de visitar a cidade. Vimos muita gente pegando o StarFerry, que por sinal é a balsa mais barata do mundo (R$1), somente para tirar fotos dos prédios e das ilhas.
No dia 29 de maio, presenciamos uma iniciativa muito bacana, o “Free Ride Day”. Criado em 2011 para comemorar o aniversário de 150 anos da Câmara Geral de Comércio de Hong Kong, é um dia em que as pessoas podem utilizar os bondinhos (tram) e as principais balsas (ferries) gratuitamente. Além de estimular o uso do transporte público, virou uma ação anual do governo para demonstrar sua preocupação com a comunidade.
Já Macau é o parque de diversões do povo chinês, considerada a “Las Vegas da Ásia”. É, também, uma das cidades mais ricas do mundo. Em 2006, se tornou o maior centro de apostas do mundo, ultrapassando Vegas no volume de dinheiro circulado nos cassinos, o que faz com que a economia do país seja totalmente dependente do jogo e do turismo.
Imagina uma cidade que mistura inglês, português e chinês. Se chinês é complicado para nós, já pensou como seria aprender português para um chinês? A herança da colonização portuguesa em Macau está mais presente na arquitetura do que na língua do país, apesar da Língua Portuguesa ser uma das oficiais do país. Não é comum escutar ninguém falando em português nas ruas. A maioria das pessoas fala chinês (cantonês) e arrisca palavras em inglês por ser uma cidade muito turística.
Porém, para manter os traços da colonização portuguesa, todos os nomes das ruas, as placas e os nomes dos principais edifícios da cidade são escritos em português, com a tradução em cantonês ao lado e, às vezes, também em inglês. É engraçado porque os chineses se atrapalham um pouco para pronunciar os nomes de rua extensos, típico dos portugueses: “Avenida de Almeida Ribeiro” ou “Calçado do Tronco Velho”. Por outro lado, se fosse chinês, a gente nem conseguiria ler!
Os cassinos em Macau fazem parte de um universo à parte. São muito parecidos com os de Las Vegas, até porque as grandes redes hoteleiras têm seus hotéis em ambos os países. Os hotéis oferecem muitas opções de entretenimento, de forma a manter os visitantes em seus complexos gigantes. Todos os hotéis que visitamos tinham um shopping exclusivo, com as principais grifes do mundo, restaurantes e até praça de alimentação.
Macau é também uma cidade com alto contraste social. Ao lado dos grandes cassinos, há bairros bastante simples, com habitações pequenas em prédios superlotados. O lado bom é que a indústria hoteleira movimenta a economia do país e gera milhares de empregos para a população, muitos deles de cidades da fronteira da China. E este mercado está em expansão. Vimos novos hotéis e cassinos em construção ao longo da cidade.
O problema para quem está em uma viagem como a nossa é que os hotéis em Macau são muito caros. Um quarto bem simples em um hotel pequeno ou uma pousada (ou hostel) não sai por menos de US$ 100 a diária. Vale a pena ficar hospedado em Hong Kong e pegar o ferry (balsa) para Macau, que dura apenas 60 minutos, apenas para passar o dia por lá. Uma pena que não sabíamos disso antes de reservar nosso voo saindo do Aeroporto de Macau. De qualquer forma, foi interessante passar alguns dias na cidade e conhecer uma das principais diversões dos chineses.
Referências:
http://revistaepoca.globo.com/especial-cidades/noticia/2012/10/e-possivel-imitar-hong-kong-cidade-que-acaba-de-ser-eleita-o-melhor-lugar-para-viver-do-mundo.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Macau
http://tudohongkong.blogspot.hk/
http://scalar.usc.edu/anvc/travel-and-culture-in-hong-kong-and-macau/hong-kong-and-macau-economic-bridges-to-mainland-china
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Conhecer a China nos surpreendeu de forma muito positiva. Não imaginávamos encontrar cidades tão bem organizado, tecnológicas e com um povo mais carismático do que pensávamos. Vou confessar que nós tínhamos alguns preconceitos em relação a China, formados por estereótipos que estamos acostumados a ver em relação ao povo chinês. Visitar o país e conhecer de perto a cultura chinesa mudou nossa opinião sobre vários aspectos.
Passamos pelas duas maiores metrópoles, Pequim e Shanghai, e também fomos às cidades de Guilin e Yangshuo, no interior do país, conhecidas pela fascinante beleza natural das suas montanhas. São lugares bastante populares para quem vem visitar a China, mas, mesmo assim, não deixaram de nos surpreender.
É verdade que a maioria das pessoas não fala inglês e, para se virar, pode ser um pouco complicado. Nos restaurantes, a maioria dos cardápios são repletos de fotografias de cada prato; basta apontar o dedo para escolher sua refeição. Só fica difícil se quiser mudar algum ingrediente do prato; tentei algumas vezes, mas não deu muito certo.
Para locomoção, nossa estratégia era sempre ter escrito em chinês o lugar que queríamos ir. Todas as pessoas que pedimos informações na rua foram muito simpáticas e, mesmo falando em chinês, davam um jeitinho de explicar. Alguns procuravam o lugar no aplicativo de GPS do telefone deles e nos mostravam o mapa com a direção.
Locomoção não foi um problema. O trem é a forma mais barata de chegar em qualquer cidade, mas, dependendo da distância, pode passar mais de 24 horas dentro do trem. Nas grandes cidades como Pequim e Shanghai, andar de metrô é muito fácil. Tudo é muito bem sinalizado e o metro leva aos principais pontos da cidade. Em cada estação há placas apontando a direção dos principais lugares da região.
Mesmo com mais de 1 bilhão de pessoas no país, as cidades grandes são mais organizadas do que eu pensava. Em Pequim, eles usam muitas passagens subterrâneas para pedestres atravessarem as grandes avenidas, o que faz o transito fluir muito melhor.
As atrações turísticas são sempre cheias de gente, mas não pegamos filas absurdas para comprar ingressos. Na maioria dos locais, há muitos guichês e os lugares são enormes, e mesmo tendo muita gente circulando, tem lugar para todo mundo. No entanto, nos feriados locais, é preciso se programar com antecedência, pois o povo chinês adora viajar e passear. Alguns lugares podem fechar as portas se chegarem na capacidade máxima de pessoas.
As ruas são limpas e há lixeiras com opção para recicláveis e funcionários públicos de limpeza passando com moto elétrica, recolhendo pequenos resíduos jogados no chão. O chinês tem o grosseiro hábito de cuspir em qualquer canto, mas, em Pequim, vimos várias pessoas sendo multadas por fazerem isso. Já em outras cidades, não é bem assim, mas achei que ia presenciar muito mais esse tipo de coisa do que, de fato, vi.
Logo que chegamos, no início de maio, o assunto “impacto ambiental” tomou conta dos noticiários do país. A China sempre foi criticada por ser o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Setenta por cento da matriz energética do país é a base de carvão. Com a indústria pesada, a poluição está chegando a níveis absurdos. É muito comum ver as pessoas andando de máscaras pelas ruas.
Uma jornalista chinesa chamada Chai Jing lançou o documentário chamado “Under the Dome”, que revela os verdadeiros custos para sociedade devido à crise ambiental que a China enfrenta, expondo a falta de supervisão do governo. O governo ficou tão incomodado com tal documentário, que bloqueou o acesso ao vídeo na internet.
Contudo, o Governo Chinês também anunciou medidas drásticas para reduzir o consumo de carvão nos próximos 5 anos, que incluem fechar mais de 300 fábricas e 2.000 minas irregulares, além de impor limites para o uso de carvão. Os jornais falam em alto investimento em energias renováveis principalmente solar e eólica.
Eu tinha uma impressão de que a China não se importava com o impacto que causa no mundo, mas, para minha surpresa, encontrei várias iniciativas bacanas pelo país e também notei uma preocupação socioambiental que não esperava.
Nas estações de metrôs, vimos várias campanhas para acabar com o tráfico de marfim. Supermercados e lojas não oferecem gratuitamente sacolas plásticas e há projetos para reduzir o uso do carro. Além disso, as cidades possuem boa estrutura de ciclovias e muita gente utiliza a bicicleta como meio de locomoção, competindo com a moto elétrica, que é utilizada pela grande maioria da população.
Claro que o desafio é imenso, ainda mais em um país tão populoso, mas é muito bom ver que algumas medidas vêm sendo tomadas e que o governo está tentando fazer algo para mudar.
Acho que esperávamos encontrar um país mais bagunçado e, no final, vimos mais pontos positivos e iniciativas bacanas que problemas e descaso. Não duvido que daqui alguns anos a China comece a atrair muito mais turistas do que outros países da Ásia.
Referências:
http://thediplomat.com/2015/03/why-china-cant-fix-its-environment/
http://www.japantimes.co.jp/news/2015/03/08/asia-pacific/science-health-asia-pacific/environmental-issues-top-major-legislative-meeting-in-china/#.VVyiimdFC2J
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Enfrentar o desafio de fazer uma trilha por 16 dias não foi das experiências mais fáceis durante nossa viagem pelo mundo. Tenho que confessar que por mais que a gente tenha caminhado bastante por todos os lugares que passamos, encarar 16 dias de subidas e descidas pelas montanhas, com caminhos cheios de pedras e rios, as vezes por mais de 8 horas por dia, não é moleza.
Claro que para algumas pessoas que adoram fazer trilhas e costumam fazer frequentemente, nosso percurso pode ser até “tranquilo”, tudo depende da quantidade de dias que deseja caminhar e até onde está disposto a chegar. No Nepal, há muitos lugares remotos a serem explorados e isso encanta muita gente.
Escolhemos seguir o percurso rumo ao Tsum Valley, ao norte do Nepal, na fronteira com o Tibet (China). O Tsum Valley é também chamado de Vale da Felicidade porque é tão escondido e difícil de chegar que o Guru Padmasambhava assim o chamou quando previu que no futuro haveria escassez de muitos recursos, mas as pessoas que vivessem neste Vale, por ser um local tão remoto e isolado, não sofreriam com isso.
O Vale é rodeado de montanhas com alguns rios passando dentro dele. Água não falta e energia tem em alguns lugares, mas eles vivem facilmente sem ela. A comida é muito simples, à base de arroz, batata e lentilha, tudo de plantações locais. Posso dizer que as pessoas que vivem nos vilarejos dessa região tem uma vida bastante diferente daquela que estamos acostumados.
Logo no primeiro dia, pegamos um jipe de Kathmandu por mais de 7 horas até chegar a primeira surpresa. O jipe encalhou porque as condições da estrada eram tão ruins que não dava para seguir em frente. A solução: colocar as malas nas costas e sair andando. Foram mais de 2 horas de caminhada, sendo mais da metade no escuro, porque o sol já tinha se posto.
Mal sabíamos que aquilo não era nada frente ao que nos aguardava. O segundo dia teve greve de ônibus (que nos levaria pelo menos 3 horas para frente) Resultado: foram quase 10 horas de caminhada. Daí para frente não tinha mais como utilizar nenhum meio de transporte porque começaria a trilha pelas montanhas. Tivemos que reduzir nosso ritmo para uma média de 5 a 6 horas de caminhada por dia, senão ficaria muito difícil para chegar ao Tsum. Além disso, não adiantaria nada a caminhada se ela fosse mais dolorosa do que prazerosa.
Depois de alcançar o Tsum Valley, fomos até o vilarejo de Nile, chegando próximo aos 3.500 metros de altura. As últimas subidas na montanha para alcançar essa altitude não foram fáceis para nós. Mesmo assim, nossa intenção era seguir em frente até Mu Gonpa, mas o tempo não ajudou, pois começou a chover muito e ficamos um dia descansando em Chhokangparo, esperando a chuva passar. Não valia a pena se aventurar na chuva com o chão todo escorregadio e sem muita paisagem para aprecicar. Percorremos cerca de 110 Km entre subidas e descidas na montanha para chegar até Nile, no Tsum Valley. Depois era hora de se preparar para a volta, o que não seria moleza pois o caminho era longo.
Claro que toda essa experiência é também recompensada pela paisagem e pela natureza incrível do lugar. A mistura do verde das árvores com o branco da neve no topo das montanhas é fascinante.
Outro ponto que merece destaque são as pessoas que encontramos pelo caminho e que abriram as portas de suas casas para nos receber ou oferecer uma simples xícara de chá. Mesmo sem entender o que falávamos, sempre havia um sorriso no rosto para nos receber. As casas eram muito simples, as vezes nem cama tinha, dormiam em tábuas de madeira com um carpete em cima.
Cruzamos com muitos moradores pelas montanhas carregando cestas, apoiadas em suas cabeças, repletas de coisas e bastante pesadas. É impressionante a força e determinação dessas pessoas. O Vale é tão afastado que não tem jeito a não ser carregar tudo nas costas ou na cabeça. Não tem idade para fazer esse percurso várias e várias vezes, sejam crianças ou idosos, o caminho pelas montanhas é a única forma de se locomover. Algumas mercadorias são também carregadas pelos burros, mas alguns lugares da trilha são tão perigosos que os objetos mais valiosos são carregados pelas pessoas, com medo de perderem o objeto e o burro.
Hospedagem
Ficamos hospedados em pequenas pousadas e casas de moradores locais com quartos simples, onde havia somente a cama com um lençol e um travesseiro. Levamos um saco de dormir para colocar em cima da cama e fazer de cobertor. Banheiro, na maioria das vezes, era do lado de fora das casas, considerando que poderia ser somente um buraco no chão. Papel higiênico não vimos em nenhum lugar; a sorte é que levamos o nosso.
Banho?
Em uma viagem como essa, não tem alternativa a não ser deixar a vaidade de lado. É muito difícil tomar banho todos os dias. Água fria na maioria dos lugares, muito fria porque vinha das montanhas. Achamos alguns poucos lugares com água quente e na maioria dos casos era preciso pagar uma taxa extra pelo banho, mas nem preciso falar o quanto valia a pena.
O problema era que nem sempre tinha chuveiro, sendo que as vezes era uma torneira ou somente uma mangueira. Ok, sempre há uma solução: o tradicional banho de canequinha com água fervida pode funcionar, mas nos lugares de maior altitude, o vento era tão gelado que não havia canequinha suficiente para esquentar.
Por causa do frio e da falta de chuveiro em algumas casas que passamos, chegamos a ficar 6 dias sem tomar banho. Nem o shampoo seco que eu tinha levado salvou e eu não via a hora de encontrar uma água quentinha.
Comida
A comida era simples, porém, razoável. Alguns moradores improvisavam um mercadinho na frente de suas casas e ofereciam refeições. Mas, na maioria das vezes, comemos nos lugares em que ficamos hospedados. Dhalbhat é o prato mais comum e tradicional da região, qie inclui lentilhas, arroz e batatas com algum vegetal. É impressionante como eles comem isso todos os dias e sem enjoar. Nossas refeições variavam entre o Dhalbhat, omelete, arroz com batatas, noddles, spaguetti com queijo ou ketchup (muito raro encontrar molho de tomate), e o prato preferido do Mau, que eram os dumplings, chamados de Mo:Mo (vegetais ou carne envoltos em uma massa a base de arroz, podendo ser fritos ou cozidos). Mas era preciso ficar atento, os casos de diarreia são comuns por causa da falta de higiene em alguns locais.
Como conseguir um guia?
A maioria das pessoas que visitam o Nepal tem interesse em fazer algum tipo de trilha, até porque é uma região que nem tudo é acessível por meio dos transportes tradicionais. Há muitas agências locais que vendem os mais variados percursos. É possível encontrá-las facilmente pela internet e mandar um e-mail de acordo com o tipo de trilha, duração e percurso que tiver maior interesse. Geralmente, as pessoas contratam um guia e um carregador, porque dependendo do tipo da trilha, não é fácil carregar sua mala. As agências montam os pacotes incluindo o guia, o carregador, a hospedagem e as refeições, mas tudo pode ser negociável. Assegure-se que também esteja inclusa a permissão do governo, uma taxa específica que é preciso pagar dependendo do percurso a ser realizado.
Dicas para quem quiser se aventurar em uma experiência como esta e não está acostumado a fazer trilha como nós:
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De todos os países do mundo, com tantos lugares incríveis para se conhecer, porque conhecer o Butão? Mas onde fica isso mesmo? O Butão, que fica na Ásia entre os gigantes Índia e China, ganhou fama depois que desenvolveu indicadores para medir o desenvolvimento do país por meio de um Índice de Felicidade Interna Bruta.
Como duas cidades podem ser tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo? Ambas sagradas por se situarem às margens do rio Ganges, são cidades que atraem pelo seu espiritualismo e pela fé das pessoas que lá vivem.
Nosso primeiro dia na Índia foi na cidade de Mumbai. Para quem estava vindo de Dubai, acho que não teria um contraste maior.
A Capadócia é uma região que surgiu de fenômenos naturais e por isso é um lugar tão fantástico de se conhecer. Tem três vulcões na região e suas atividades ao longo dos anos, em conjunto com a erosão do solo, provocaram uma série de eventos que resultaram nessa paisagem tão particular e incrível.
Fomos até a cidade de Izmir de avião para facilitar a ida à Pamukkale, que fica a 250km de distância.