A comida chinesa: Que tal um espetinho de escorpião?
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A comida chinesa: Que tal um espetinho de escorpião?

Eu já tinha ouvido dizer que na China eles comiam de tudo, mas a cada dia que passeamos pelo país descobrimos algo diferente, considerando os hábitos alimentares chineses.

Nossa primeira parada foi em Pequim e no primeiro mercadinho que passamos encontrei: batata frita com sabor de chá verde, chocolate sabor feijão, batata com chocolate, chá com queijo, entre outras coisas estranhas para o nosso paladar. A mistura de doce e salgado é bem característica da culinária e do gosto chinês.

Em quase todas as ruas é comum encontrar várias lojas que vendem doces por quilo, e resolvemos experimentar. Foi estranho escolher doces pela cor da embalagem porque tudo é em chinês, sem nenhuma palavrinha em outra língua. Algumas coisas estavam bem gostosas, tais como um doce parecido com o nosso pé de moleque e as barrinhas de cereais com gergelim e alguns tipos de nozes. Mas também tivemos surpresas não tão agradáveis, como bolinhos doces com recheios salgados, “chocolates” cheios de açúcar e balas de feijão.

Procurando por algo gostoso para um chá da tarde, fomos em uma padaria local. O problema é que não soubemos escolher muito bem. Pedi um pão coberto com frango desfiado e na primeira mordida descobri que o recheio parecia ser de baunilha. Eu não sou fã dessa mistura de doce com salgado, mas para quem gosta, a China é o paraíso.

E, que tal um espetinho de aranha? Ou de cobra, frita ou assada? Humm... Escorpião? Sim, é possível encontrar tudo isso e mais um pouco na feirinha da rua Wangfujing, em Pequim. São várias barraquinhas que ficam abertas o dia todo e, principalmente, de noite, quando fervem de gente para saborear os mais excêntricos espetinhos. A variedade é enorme e a mistura, também. No meio de lulas, polvos, caranguejos, você encontra morangos, cerejas, abacaxi e noodles.

Não, a gente não teve coragem de experimentar, até porque os espetinhos mais “estranhos” (escorpião, cobra, aranha etc.) custam caro, cerca de R$25/40, cada. Os corajosos podem começar experimentando larva, grilo ou, quem sabe, um escorpiãozinho. E não é que vimos vários curiosos experimentando esses espetinhos! A maioria deles estavam em grupos de amigos, que ficavam gravando pelo celular suas reações. Mas também tinham aqueles chineses que compravam um espetinho de escorpião e comiam como se fosse batata frita.

Conhecer um grande supermercado em Pequim também foi bem interessante. Junto aos peixes frescos, você encontra sapos e tartarugas fresquinhas para fazer seu jantar! A variedade de frutos do mar é enorme. Uma bandeja de patas de caranguejo com 300 gramas saia por R$15, e 500 gramas de salmão por cerca de R$20. Além disso, tinha polvo, lula, lagosta, scargot, e vários tipos de peixes. Na parte de carnes, me impressionou como eles vendem todas as partes de todos os animais: pé, cabeça, intestino, coração (de boi, galinha, porco, pato etc.); tem de tudo. Na sessão de defumados, encontramos pé de galinha empacotado como um salgadinho para um lanche rápido.

Claro que nem tudo são comidas esquisitas. A culinária chinesa pode ser muito saborosa e tem uma variedade muito grande de estilo. São 8 tipos de culinária, cada uma de uma região diferente da China: Anhui, Cantonese, Fujian, Hunan, Jiangsu, Shandong, Szechuan, e Zhejiang. Cada uma tem sua especialidade, sendo que na cozinha hunan, por exemplo, é tradicional o arroz frito com vegetais servido dentro de um abacaxi.

Nas grandes cidades, como Pequim e Xangai, é possível encontrar restaurantes especializados em todos esses tipos de cozinha, além de vários lugares com gastronomia ocidental.

A maioria dos restaurantes tem cardápios com fotos de todos os pratos, o que ajuda muito para fazer seu pedido, já que poucas pessoas falam inglês. Geralmente, os cardápios parecem livros, de tantas folhas e variedades de pratos.

O problema é se quiser mudar alguma coisa ou pedir sem pimenta, por exemplo. Eu tentei algumas vezes, mas não deu certo. Para os mais ousados, é possível encontrar pratos excêntricos, como sopa de cobra, picadinho de sapo, refogado de intestino de boi ou misturas de camarão com frango, porco com carne, caranguejo com lula etc. Eles são bem criativos na cozinha.

O prato mais famoso em Pequim é o pato assado. Há os restaurantes mais tradicionais cujo o preço é bem salgadinho e também aquelas vendinhas de rua que deixam o pato girando no forno por horas como se fosse um frango assado, estilo “televisão de cachorro”, como alguns dizem.

Nós encontramos um excelente “custo x benefício” em um restaurante famoso entre os locais, mas não turístico, que faz o pato laqueado em forno à lenha. Simplesmente, divino. O restaurante é pequeno e pode ter uma grande fila de espera dependendo do horário, mas vale muito a pena. O nome dele é Sijiminfu e fica no hutong Langfang Ertiao, perto da estação de metrô Quianmen.

Encontramos, também, ótimas opções de comidas rápidas e vários mercados de comida de rua. Principalmente à noite, são super movimentados.  Os espetinhos de lula e os dumplings (uma “trouxinha” feita de massa de arroz frita ou cozida com vários tipos de recheio, principalmente, porco e vegetais) são os favoritos do Mau e valem muito a pena, porque são bem baratos e fáceis de encontrar em qualquer lugar. Em Guilin, fomos em um ótimo mercadinho de rua, com muitas opções de comida chinesa e também pratos ocidentais adaptados na versão chinesa.  Ficava no centro da cidade e o preço era ótimo.

Mesmo com estas esquisitices, até para uma pessoa como eu, que tem “frescuras” para comer, dá para se virar na China e encontrar boas opções gastronômicas. Já para quem é bom de garfo como o Mau, é possível experimentar de tudo, tudo mesmo!

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