Diferente de outros lugares que visitamos, não tivemos muito tempo de pesquisar sobre Istambul antes de chegar na cidade. Alguns amigos nos enviaram boas dicas de lugares para conhecer, mas não tínhamos pesquisado sobre como se locomover e qual roteiro fazer. Na correria, saímos até sem mapa no nosso primeiro dia na cidade.
Os turcos, de maneira geral, não falam inglês, o que dificulta um pouco. Em compensação, são simpáticos e dão um jeito para ajudar quando necessário. Tivemos ótimos exemplos de pessoas que nos ajudaram e nos deram boas dicas. É muito bom encontrar pessoas bacanas, ainda mais em um país de costumes diferentes, onde não entendíamos nadinha de sua língua. Fomos pegar o metrô e nos deparamos com uma passagem no valor de 4 liras turcas. O que é caro, considerando que 1 lira é aproximadamente R$ 0,90. Pedimos ajuda à um rapaz que, além de mostrar o caminho, nos acompanhou na troca de trem e nos aconselhou a comprar o Istambul Card. Uma espécie de “bilhete único”, cuja a passagem chega a custar 1,45 se fizer integração, ou 2,45 a tarifa normal. Vale muito a pena, mas não é simples de encontrar. É vendido em alguns mercados ou bancas e é algo local, não divulgado para os turistas.
A gente estava tentando achar onde vendia o cartão, quando perguntei para um outro rapaz que estava abastecendo seu cartão na máquina e ele, mesmo com pressa, muito gentilmente nos deu um cartão adicional que ele tinha na carteira e não estava usando. Foi muita sorte, ainda mais porque como é um cartão pré-pago, era possível utilizá-lo tanto para minha passagem quanto para a do Mau.
Seguimos nosso passeio para visitar a famosa Mesquita Azul, um dos principais pontos turísticos da cidade. Com o dia ensolarado e diversos cruzeiros na cidade, a fila dobrava a esquina de tanta gente para entrar na mesquita. No caminho, conhecemos Salim, um jovem rapaz que se aproximou da gente com um papo meio estranho de que estava estudando inglês e queria praticar com os turistas que ali passavam.
Achamos a conversa um pouco esquisita, mas ele era simpático e insistia em dizer que não queria dinheiro, que não era guia turístico e que queria somente falar um pouco de inglês. Foi ai que ele falou: “Meu tio trabalha aqui na Mesquita Azul, eu posso falar com ele para vocês entrarem sem pegar fila”. Veio aquele famoso ditado em nossa cabeça: “quando a esmola é demais, o santo desconfia.” Mas a fila realmente era grande, então continuamos a conversa para explorar melhor onde iríamos chegar. Depois de alguns minutos, ele jogou aberto, disse que sua família tinha uma loja de tapetes ali perto e, indiretamente, nos convidou a conhecer a loja após o passeio pela mesquita.
Ficamos com o pé atrás, principalmente depois de ter passado pelo Marrocos, onde qualquer gentileza tinha sempre algo em troca, além de ser coisa de brasileiro, que é sempre desconfiado. Mas resolvemos aceitar a ajuda do rapaz. Salim começou a cumprimentar umas 3 pessoas pelo caminho. Todos eram da “família” dele. Ele dizia: “aquele é meu primo, aquele é meu tio, aquele lá é meu cunhado”. Chegamos na Mesquita e conhecemos seu outro “tio”, que realmente fez a gente entrar sem pegar fila e foi super simpático, nos contando detalhes sobre o local. Foi melhor que ter um guia, porque ele nos explicou desde a história da construção da mesquita, até a forma de rezar e algumas crenças e características da cultura mulçumana.
Ao final da visita à mesquita, fomos conhecer a loja de tapetes da “família”. A loja chamava Ottomania, era enorme e tinha 3 andares. E não é que ao chegarmos na loja fomos recebidos com um chá de maça! A gente realmente não queria comprar um tapete, já que não temos como carregar e estamos economizando ao máximo para manter o orçamento da viagem. Resolvi ser a mais sincera possível, agradecendo toda a gentileza deles em nos auxiliar, mostrar a mesquita e a simpatia da família, mas realmente não estávamos interessados em comprar nada. E, para nossa surpresa, eles foram super atenciosos, dizendo que gostariam que a gente lembrasse da hospitalidade turca, independente de qualquer compra.
Assim, eles conquistaram um cliente, porque tenho prazer em contar essa história e se um dia quiser um tapete turco, vou saber onde procurar!
Mesmo com todo o apelo comercial tradicional dos turcos, que adoram negociar preços e te propor um “bom” negócio, eles sabem agradar o turista e conquistam pela sua hospitalidade. Claro que tem também aqueles mais chatos, que insistem para sentar em seu restaurante ou comprar seu produto. Mas nossa experiência em Istambul foi mais positiva do que negativa. Ainda nos fez pensar como deve ser para muitos turistas estrangeiros que vão ao Brasil, chegando em um país em que as pessoas em geral não falam inglês, não tem informações sobre o transporte público, mas onde o povo é simpático e a maioria ajuda quando é preciso.
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